Energias Renováveis e Eficiência Energética (ProFREE)

Descrição do projeto

Título: Energias Renováveis e Eficiência Energética (ProFREE)
Comissionado por: Ministério Federal Alemão para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) 

País: Brasil
Órgão executor principal: Empresa de Pesquisa Energética (EPE) 
Duração: 2012 a 2015

© GIZ

Contexto

O crescimento populacional e econômico, bem como maior prosperidade e os padrões de consumo associados, contribuem para um aumento constante na demanda por energia no Brasil. Até 2025, o país terá que quase duplicar a produção de energia para atendar à demanda. Ao longo destas transformações, a meta é minimizar o aumento nas emissões de gases de efeito estufa através do uso de energia eólica e solar, da promoção da eficiência energética e da substituição de tecnologias convencionais com soluções inovadoras para prevenir a mudança climática.

Em termos absolutos, os potenciais de energia eólica e solar ainda não estão plenamente desenvolvidos e hoje contribuem com menos de 4% da produção de energia no país.

Há uma carência de mão de obra qualificada em toda a cadeia de valor para alavancar o desenvolvimento da energia eólica e solar. Os institutos de formação profissional ainda não são capazes atender a demanda por cursos de qualidade para uma formação rápida de pessoal.

No passado, a política brasileira dependia do fornecimento centralizado de energia, principalmente hidrelétrica. Os baixos preços de energia também contribuíram para uma falta de incentivo em investimentos visando a redução do consumo.

Com o apoio dos atores para o desenvolvimento sustentável trabalhando em nome do Ministério Federal Alemão para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ), surge uma tendência promissora rumo ao uso descentralizado de energia eólica e solar. O Brasil corre o risco de depender de fontes de energia fóssil e nuclear em virtude da atual escassez de energia e da constatação de que as usinas hidrelétricas se tornaram o calcanhar de Aquiles do sistema atual, não sendo capazes de garantir estabilidade no fornecimento de energia. A única forma de evitar este retrocesso é comprovando a eficácia de fontes de energia renováveis e eficiência energética como parte de uma abordagem inteligente e integrada. A cooperação alemã no campo do desenvolvimento sustentável continua contribuindo significativamente através do fornecimento de experiência, estratégias e tecnologias.

Objetivo

Fontes de energia renováveis e a eficiência energética têm um papel fundamental no fornecimento de energia no Brasil.

Abordagem
A cooperação Brasil-Alemanha para o desenvolvimento sustentável está apoiando os parceiros brasileiros a explorar o potencial da energia eólica e solar e promover a eficiência energética, principalmente na indústria e em edifícios. A GIZ fornece consultoria para o desenvolvimento estratégico, apoio para desenvolver estruturas de gestão e cooperação, além de conhecimentos técnicos para ministérios, autoridades, bancos e instituições públicas. A economia alemã também se beneficia do envolvimento da GIZ à medida que a demanda por tecnologias inovadoras aumenta no Brasil.

A empresa de consultoria GOPA apoia a implementação deste projeto.

Eficiência energética
Principais parceiros: Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Caixa Econômica Federal, Ministério de Minas e Energia (MME).

Para realizar o enorme potencial de economia de energia, instituições e autoridades necessitam de informações e dados detalhados. A GIZ fornece serviços de consultoria para a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no desenvolvimento de metodologia apropriada. Dados são coletados e analisados para avaliar o potencial de economia em diversas indústrias. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) recebe apoio para a reformulação do Programa de Eficiência Energética. A GIZ coopera, ainda, com a Caixa Econômica Federal no campo da eficiência energética em edifícios e na indústria.

Energias renováveis
Principais parceiros: Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Instituto Ideal, Grupo Neoenergia, COELBA, Light.

A GIZ trabalha em estreita colaboração com as autoridades energéticas brasileiras para criar e manter um ambiente político favorável ao uso de energias renováveis. Os requisitos e critérios de avaliação de leilões de energia estão sendo gradativamente transformados de menor preço em melhor técnica. O objetivo é aumentar a segurança do fornecimento através do foco na qualidade. Isto invalida o argumento de que fontes de energia renováveis estão supostamente em desvantagem em relação a fontes de energia mais baratas.

A GIZ promove, ainda, a cooperação entre empresas de energia alemãs e brasileiras, fomentando o intercâmbio de tecnologia e conhecimentos.

Formação
Principais parceiros: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)

O sistema brasileiro de capacitação profissional só oferece formação seletiva para profissionais nos setores de energia eólica e solar e eficiência energética. A GIZ apoia instituições de formação profissional a estabelecer estruturas e programas de treinamento para professores e especialistas técnicos para estes novos perfis de trabalho. Juntamente com a GIZ, as instituições de ensino desenvolvem perfis de trabalho e de requisitos que são utilizados como base para novos cursos de formação. A GIZ oferece seminários, organiza visitas especializadas na Europa e apoia institutos de formação e educação a montar centros de inovação e treinamento.

Resultados

Eficiência energética
A eficiência energética tornou-se parte integrante da política brasileira. Em 2011, o governo adotou um Plano Nacional de Eficiência Energética. Em cooperação com a GIZ, a ANEEL elaborou em 2013 um conjunto de normas para o programa de eficiência, utilizando resultados de estudos realizados pela EPE. Nestas normas, a ANEEL determina obrigações legais de investimento (cerca de 125 milhões de euros por ano) em projetos de eficiência energética para os fornecedores de energia elétrica.

Energias renováveis
Após consultas com a GIZ, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) introduziu o sistema de compensação de energia elétrica em todo o país: qualquer consumidor brasileiro que tenha uma instalação fotovoltaica, uma pequena turbina eólica ou um gerador bioelétrico poderá produzir energia e injetá-la na rede. Há um mínimo de burocracia para a conexão à rede e a energia injetada é calculada usando as tarifas de consumo apropriadas. A compensação de energia torna investimentos privados, principalmente em instalações fotovoltaicas, numa alternativa atraente e promove o fornecimento descentralizado de energia de forma segura, competitiva e favorável ao meio ambiente.

Em 2012, o primeiro estádio com geração de energia solar da América Latina foi inaugurado. O estádio, localizado em Salvador da Bahia, utiliza o sistema de compensação de energia. A consultoria prestada pela GIZ já rendeu frutos de diversas formas: o Brasil investiu 2,3 milhões de euros e recebeu ampla aprovação na mídia, da população e dos decisores políticos. Vários estádios da Copa do Mundo seguiram o exemplo: o Mineirão Solar em Belo Horizonte, o Maracanã Solar no Rio de Janeiro e a Arena Recife.

© GIZ

Graças a uma série de iniciativas do governo, a energia eólica também está ganhando importância. Desde o fim de 2009, a energia eólica é parte integrante dos leilões de energia do Governo Federal. Hoje, a energia eólica pode ser gerada com um custo mais baixo que outras fontes de energia. Projetos de energia solar foram aprovados para participar de leilões pela primeira vez em 2014. Empresas alemãs também tiveram uma participação bem-sucedida nestes leilões.

Formação
Novos serviços e programas educacionais foram desenvolvidos em cooperação com o SENAI nas áreas de energia eólica, fotovoltaica e heliotérmica e eficiência energética em edifícios e na indústria.

  • Por meio de cursos de formação e missões técnicas à Alemanha, especialistas em energia eólica, solar e eficiência energética, puderam se atualizar com as mais novas tecnologias e compartilhar este conhecimento com outros no Brasil.
  • Um novo conceito de curso, com aperfeiçoamentos na infraestrutura, na formação do corpo docente e no uso de material didático viabilizou o treinamento de futuros técnicos de manutenção na montagem, instalação, operação e manutenção de grandes turbinas eólicas. O SENAI, juntamente com universidades do nordeste do país, oferece cursos de formação de técnicos de manutenção e gerentes de energia. Estas atividades são apoiadas por especialistas de desenvolvimento da GIZ e de empresas alemãs com a Siemens e a TÜV Rheinland.